Digamos que você tenha colocado alguns anúncios no Facebook, e que eles tenham sido alimentados indiscriminadamente aos olhos de todo tipo de gente — grandes e pequenos, ricos e pobres, pessoas de toda tribo, língua, povo e nação. Que benção, não é mesmo?
Talvez fique surpreso em saber que não é bem por aí. Se tiver um negócio local ou atuar dentro de um nicho especializado, então, pode empilhar mais algumas sacas de "não é bem por aí".
Mas antes que comece a arrancar os cabelos, saiba também que é bastante simples afinar esse aspecto da sua campanha através das ferramentas disponibilizadas pelo Facebook no Gerenciador de Anúncios. E apesar de toda essa facilidade, encontrará tudo bem mastigadinho neste artigo — tudo que precisa fazer para alcançar seu público com maior eficácia e aumentar as chances do sucesso.
A seção "Público" do Gerenciador de Anúncios é uma ferramenta que permite alvejar, como se os seus anúncios fossem mísseis teleguiados, um público que possua uma combinação específica de idioma, nacionalidade, localização e preferências, entre outros, ao mesmo tempo que evita atingir quem não preenche essas características. Se for iniciante no marketing, talvez isso nem tenha passado pela sua cabeça, mesmo porque parece ir de encontro à intuição. Afinal, você pergunta, o ideal não seria que as boas novas do meu produto chegassem a toda criatura?
Num mundo onde o seu tempo e dinheiro são infinitos, a resposta à pergunta acima poderia até ser positiva. Mas acontece que o nosso mundo das coisas finitas não funciona como uma miniatura de um mundo com recursos infindáveis — a simples limitação no volume de cada recurso ao seu dispor concebe algo adicional completamente alheio à infinidade: o valor de uma escolha, dado certo objetivo.
Surge, consequentemente, no marketing, a noção de direcionamento — estratégia que diferencia entre o bom e mau uso dos anúncios. Ela se faz necessária pelos seguintes motivos:
Quanto mais limitar o foco da sua potência, assim como um laser, num segmento menor, maior será o seu impacto. Sim, você estará excluindo muita gente do seu alcance — muito cliente em potencial. Mas devido à nossa lamentável escassez de infinitude, cada anúncio seu que alguém vê é um anúncio que outra pessoa não vê — cada um precisa valer ao máximo a pena. Isso significa que, quase sempre, é impossível atingir o cliente ideal sem ao mesmo tempo errar o cliente razoável, o que nos leva à próxima razão.
Digamos que você tenha acabado de inaugurar sua livraria em certa cidade do interior, e pretende exibir anúncios no Facebook para ajudar a atrair mais gente. Por que diabos você pagaria para que o mundo inteiro os visualizasse, mesmo tendo um bolso inesgotável? Para começo de conversa, sua livraria é inacessível à maior parte da população global. Não é todo mundo também que tem a capacidade de ler, e destes, menos ainda estão interessados na leitura. Esse é apenas um exemplo simples de um negócio local onde a necessidade do direcionamento se torna mais óbvia. No entanto, o mesmo raciocínio vale para qualquer modelo.
Se você não se preocupar em gerar resultados com menos dinheiro, principalmente na área da publicidade, pode-se facilmente abrir um buraco no casco de um comércio que mal saiu do porto. Ao restringir de maneira inteligente quem sua propaganda alcança, você não só faz com que cada um de seus anúncios renda mais, como evita o vazamento deles para pessoas que não tenham interesse ou sequer possam adquirir seu produto, roubando-lhe bem rápido a alma do negócio. Trata-se de maximizar os acertos e minimizar os erros, dada a mesma quantidade de anúncios.
Antes de mais nada, será preciso acessar o Meta Business Suite pelo endereço business.facebook.com. Não há necessidade de criar uma conta especificamente para acessar a ferramenta — basta ter um perfil empresarial na plataforma.
Tendo feito isso e estando lá, temos duas maneiras de traçar os limites que darão forma ao nosso público.
Método 1:
Método 2:
O Gerenciador de Anúncios do Facebook disponibiliza um leque tão diverso de ferramentas eficazes na hora de fazer publicidade, que acaba se tornando necessário tirar um tempo para explorá-las e familiarizar-se com elas. Aquelas que lhe concedem o poder de escolher a dedo quem irá compor a audiência dos seus anúncios, ou até mesmo que ficará de fora dela, operam todas dentro das seguintes formas principais de gerar um público:
1. Público Salvo
Aqui você pode salvar suas opções de direcionamento mais frequentes para fácil reutilização. É apresentada uma série de categorias de potenciais características de quem quer atingir, e você seleciona, com o nível de detalhe desejado dentre as opções oferecidas — sem temor quanto à falta de minúcia dessas — aquelas que suficientemente representam os espectadores que tem em mente. É como brincar de amigo secreto com a inteligência artificial. Se, por exemplo, o idioma em que estiver anunciando não for o inglês, não faz sentido incluir o mundo todo na exibição daquela propaganda do seu produto — somente aquelas regiões geográficas onde sua língua predomina.
A especificação do público diretamente na hora de criar um conjunto de anúncios é feita exatamente da mesma maneira. A diferença é que, ao criar separadamente um público salvo, o mesmo ficará disponível para um novo uso futuro.
2. Público Personalizado
Se você já possui uma lista de pessoas, seja uma lista de endereços de e-mail de leads que foram inseridos numa landing page — cuja prévia demonstração de interesse pretende aproveitar — seja uma lista de clientes que realizaram uma compra no seu aplicativo de celular, poderá fazer uso delas criando um público personalizado, tanto para alvejá-las em uma campanha como para excluí-las de outra.
É só carregar os dados que tem em mãos para a plataforma que ela encontra os usuários correspondentes àquelas informações. A própria plataforma ajuda a montar tal lista por meio de um pixel de conversão chamado Pixel da Meta — um trecho de código que pode ser acrescentado ao seu site para monitorar a atividade de visitantes baseado em certas ações que realizam.
3. Público Semelhante
Semelhante ao quê? Em essência semelhante a um público personalizado. Ou seja, toma-se por base — ou fonte, como é chamado no Facebook — um público que consiste em indivíduos pescados ao interagir com seu aplicativo, página ou pixel, das diversas maneiras há pouco mencionadas (diferente de um público que consiste em características coletivas de pessoas indefinidas), e busca-se, entre os usuários do Facebook, as pessoas que mais se assemelham a eles, resultando em um novo público. É possível escolher o tamanho do público a ser gerado dessa maneira, e não há necessidade de primeiro criar um público personalizado para servir de fonte, bastando apenas puxar os dados que já possui para que o Facebook analise.
Conclusão
Esse foi nosso pequeno tutorial sobre a importância do direcionamento e sobre como aplicá-lo ao Facebook por meio do Gerenciador de Anúncios. Espero que tenha agora começado a compreender um dos mais importantes segredos da gestão bem sucedida de uma campanha de marketing. Agora estará bem equipado para embarcar em uma rica jornada no mundo do empreendedorismo.