30 janeiro 2023 0 559

Entrevista com Adam Enfroy: Virando Blogueiro Milionário em Menos de Dois Anos

Adam Enfroy é um blogueiro e afiliado digital que causou no YouTube recentemente ao revelar como foi que conseguiu construir um blog avaliado em 7 dígitos do zero em menos de 2 anos. Ele costuma compartilhar suas táticas gratuitamente no YouTube, o que acabou conquistando um enorme público no espaço do blogging na plataforma.

Você irá acompanhar agora sua jornada, conforme contado por ele próprio numa entrevista — desde a faculdade ao primeiro emprego, do qual acabou se demitindo, até o momento em que começou a construir o seu blog e mais para frente transformá-lo num verdadeiro bem, avaliado na casa dos milhões, com expectativas de atingir as dezenas de milhões em breve.

Leia até o final se quiser absorver alguns macetes que podem, como que num passe de mágica, elevar o seu blog também ao nível de um negócio milionário em poucos meses.

Q: Vamos começar do começo, que, quanto ao que nos interessa, seria a faculdade. Onde foi que você estudou? Nos dê um tour da sua experiência.

Quando eu tinha 18 anos entrei para a Universidade Estadual do Michigan, e, daí pra frente, como já dizia Charles Dickens: "Era o melhor dos tempos, era o pior dos tempos."

A gente tem aquele sentimento de empolgação com a recém-conquistada

liberdade. Fica aquela imagem na cabeça dos seus pais entrando no carro e indo embora, deixando você para trás — você que agora é oficialmente livre e dono da própria vida. No início mandei até bem na faculdade, mas não tinha a mínima ideia do que eu queria fazer da vida.

Na verdade, eu sempre tive interesse por coisas relacionadas a mídia e produção cinematográfica, e mesmo estudando algo que eu gostava, descreveria meu tempo na faculdade como um lento declínio em vários aspectos da minha vida. Comecei bem, como já disse, fechando o primeiro ano com uma pontuação média de 3,6 (de um total de 4,0), o segundo com 3,0, depois 2,0, e quando cheguei no último ano já estava angustiado com a falta de perspectiva e a total ausência se direção. Meus pais até que estavam bem receptivos à ideia de que eu tirasse um tempo para experimentar tranquilamenten diversas coisas, mas ainda não tinha idéia de que rumo tomar, então voltei a morar com eles. Acabei finalmente pegando no tranco, finalmente terminando a faculdade em 6 anos. A essa altura da minha vida, eu tinha dívida estudantil acumulada e estava firme no meu vício com o álcool, então pode crer que foi uma época difícil.

Sempre me considerei um cara inteligente. No ensino médio, eu absorvia muito facilmente tudo quanto é informação. Mas agora eu estava vivendo aquém das minhas próprias expectativas.

Q: Então foram vários altos e baixos entre os 18 e 24 anos — mais baixos, pelo que parece, perto do final desse período. Vamos agora ao próximo capítulo dessa saga, começando com a saída da faculdade. Você finalmente conseguiu terminar, porém catou uma bela dívida e alguns vícios.

Pois é, terminei o curso e saí com o diploma de Artes e Tecnologia. Tinha um pouco de web design, um pouco de produção de vídeos, mas, no final das contas, era só um pedaço de papel. Acabei voltando a morar com os meus pais, e os vícios só continuavam.

Estava no maior sofrimento sem saber o que fazer desse diploma, então resolvi fazer qualquer coisa — fui trabalhar numa pizzaria. Passei um par de anos ganhando US$9 a hora, e me lembro de ter pensado comigo mesmo: "bom, é isso aí, minha vida vai se resumir nessa mediocridade agora."

Sabe, quando você tem 18 anos e está na faculdade, seja qual for a situação, você está no topo do mundo — as coisas estão evoluindo e você tem uma sensação de progresso. De repente, você tem 24,26 anos e está ganhando US$9 a hora para entregar pizza e fala, tipo, "Poxa, o que está acontecendo com a minha vida?"

Q: Todo mundo geralmente passa, mais cedo ou mais tarde, por algum momento que acaba sendo um divisor de águas. No mínimo, parece que você estava ciente de que havia um propósito a ser descoberto na sua vida, e que ainda não estava fazendo jus a todo o seu potencial. Qual foi o momento marcante que te aprumou?

Acordei um dia para executar a mesma rotina de sempre, e quando estava ao volante a caminho do mesmo trabalho, me dei conta da minha situação e decidi ali mesmo que não queria mais fazer aquilo. Por isso, comecei a ver algumas coisas de autoajuda, pois enxergava muito bem a incongruência entre o projeto que eu havia traçado para a minha vida e onde me encontrava no momento. Foi nessa onda que aprendi mais sobre renda passiva, escutando o Tony Robbins — já sabia o que era, mas ainda não tinha tomado nenhuma atitude.

Mesmo assim, continuava preso na rotina, até que finalmente decidi frequentar seminários motivacionais, fazer alguns cursos, e começar a tomar ação de verdade. Acontece que toda essa energia me convenceu de que eu era capaz de fazer coisas incríveis, e essa confiança me levou um dia a correr uma maratona.

Cheguei em casa por volta de 5h30 da tarde, liguei meu aplicativo de corrida da Nike, passei a mão na minha água, e fui correr. Era nos arredores de Ann Harbor, Michigan — passei correndo pelo centro da cidade, dei uma volta num McDonald's, desci pelo lago, e nem percebi que já estava nesse percurso há cinco horas e que já era meia noite. Estava um breu de fora enquanto eu arrematava a última milha pelo meio do mato. Minhas pernas estavam pegando fogo. Senti que o meu "eu" se dissolvia completamente em meio ao momento, ao passo que eu só me ocupava de seguir em frente até o fim. Assim que finalmente completei as 26 milhas, fiquei estirado por alguns momentos sobre a encosta de uma colina, apenas contemplando a façanha que tinha acabado de conseguir. Se eu pude fazer isso, o que mais seria capaz de fazer?

Acabei levando isso para a minha carreira — na verdade foi assim que ela começou: comigo tentando me desafiar e me forçar a fazer mudanças que me trariam mais perto de construir a vida que eu tanto sonhava. O primeiro passo era achar uma forma de ganhar dinheiro e colocar uma carreira de verdade em andamento.

Q: Ah sim, então essa foi a experiência que lançou você na trajetória profissional empreendedora?

Sim. Me demiti do meu trabalho de entregador de pizza e arrumei um emprego no ramo do marketing que pagava US$40 000 por ano, e lá permaneci por 2 anos. Depois disso fui para uma empresa chamada Homedics — uma marca bastante renomada no comércio eletrônico — onde atuei como gerente de e-commerce. Para você ter uma ideia, eles devem faturar uns US$100 000 000 por ano, tanto com vendas online como através de varejistas como Walmart e Target.

Trabalhei para a Homedics de 2016 a 2017 e fiz um pouco de tudo lá — marketing para e-commerce, marketing por e-mail, Facebook Ads, PPC, SEO — tudo que você imaginar. E foi durante esse período que fiquei conhecendo o mundo do marketing de afiliados — um modelo de negócios do qual eu nunca antes tinha ouvido falar.

Meu gerente tocou no assunto como algo que a empresa estava a fim de fazer, e enquanto ele me explicava, as luzes se acendiam na minha cabeça. Demos sequência, então, ao nosso programa de afiliados, sendo que eu mexia mais com a parte da marca. Mesmo assim, esse emprego também não me satisfazia. Era um ambiente corporativo com toda a falta de vida que lhe pertence — iluminação forte acima, todos muito quietinhos — não era o melhor lugar para se trabalhar.

Colaborei na empresa por sete meses. Um belo dia, entrei num daqueles tanques de isolamento para pensar um pouco na vida, e, boiando naquele berço encapsulado com plenos 30 anos de idade, morando ainda em Michigan, com uma temperatura de -20°F lá fora, vi nitidamente que estava passando da hora de mais uma mudança radical na minha vida.

Aí comecei a me candidatar para todo tipo de emprego em tudo quanto é lugar — Austin, São Francisco, Nova York — meu lance era: "Não importa como, preciso sair daqui."

Uma das vagas para a qual me candidatei, e a que deu certo, foi na BigCommerce, para o cargo de gerente de afiliados. Comecei a ver na prática o que significa ter uma renda passiva de verdade, gerenciando por volta de 4 000 afiliados de uma vez só.

Ganhei experiência tanto observando como eram feitas as negociações com afiliados, na qualidade de gerente, como também trabalhando lado a lado com o nosso diretor de SEO, que estava à frente da inovação no campo de SEO para empresas de tecnologia. Ajuda também bolando ideias para conteúdo, escrevendo postagens, organizando seus cabeçalhos e estrutura, e entrando em contato com pessoas de interesse.

Acompanhei de perto enquanto blogs de marca abocanhavam de US$2 000 a US$50 000 por mês com a divulgação da nossa marca de comércio eletrônico BigCommerce, e com isso as escamas caíram dos meus olhos. Percebi que estava com a faca e o queijo nas mãos. Já tinha aprendido como ranquear conteúdo e como monetizá-lo, e adquiri conhecimentos sobre as técnicas de ponta sendo usadas pelas startups, então talvez eu também poderia ter uma chance de andar com as minhas próprias pernas nesse meio — quem sabe até acrescentar algo que não havia sido feito antes.

Q: O que te impulsionou, enquanto gerente de afiliados, a seguir esse caminho de sucesso e gerar uma renda bem maior para si próprio? Foi o fato de ficar ali vendo afiliados digitais ganharem rios de dinheiro na sua frente?

Exatamente. É doloroso ajudar afiliados digitais o tempo todo a ganharem uma fortuna enquanto você só recebe aquele mesmo saláriozinho de gerente. A gente começa a se questionar o porquê e como de estarem tendo tanto sucesso assim. Eu já tinha sim noção de que o marketing de afiliados era coisa séria e de que havia um potencial ali, mas aí a gente vê essas pessoas e marcas aleatórias — sites dos quais nunca ouviu falar — se empanturrando frequentemente com seis dígitos bem gordos de renda só pelo BigCommerce. Achei tudo isso uma loucura na época. Só bastava um décimo do que estavam ganhando para fazer uma diferença absurda na minha vida. Então nesse tempo a semente ficou mais que plantada — ficou enfincada mesmo — agora eu estava com uma fome voraz.

Meu salário bruto anual era de US$120 000, o que na verdade significam entre US$80 000 e US$90 000 — um salário até bom — após pagos os impostos. Calculando por mês, isso representa de US$7 000 a US$8 000. É claro que, ao mesmo tempo, haviam gastos com aluguel — US$2 000 — mais alguns pilas com todas as contas, incluindo parcelas do carro e tudo mais. No final sobrava praticamente nada.

Resumindo, eu estava construindo o futuro de outras pessoas num emprego que me atolava até o pescoço em estresse. Meus resultados eram brilhantes, tudo estava funcionando muito bem e a empresa não parava de crescer mês a mês — tudo isso ainda na fase pré-IPO. O problema era que, para concretizar tudo isso, eu estava moendo o meu físico. Essa pressão acabou me empurrando para dar o salto de vez. Num bom sentido.

Decidi finalmente dar partida no meu próprio blog, aproveitando todo o conhecimento que absorvi sobre essa atividade e sobre o marketing de afiliados ao longo da minha experiência profissional — com o saco cheio de me sentir encurralado naquela vida monótona.

Q: Então você inaugurou o seu blog em 2018 após ter testemunhado com os próprios olhos, no seu trabalho como gerente de afiliados na BigCommerce, que viver bem de renda passiva era realmente possível. Quais foram os passos iniciais que você tomou ao dar início ao blog?

Pois bem, a princípio eu não sabia o que esse blog ia virar, então simplesmente dei meu próprio nome ao blog — adamenfroy.com — a intenção era que ele representasse, afinal, minha marca pessoal, funcionando como um tipo de currículo virtual. Até aí eu sabia que não ia mudar. Eu só não sabia para qual nicho eu me enveredaria, mas tive a ideia, só para começar, de talvez fazer algumas publicações como convidado na BigCommerce, onde meu nome e o link do meu novo blog seriam exibidos na bio do autor.

Muita gente, na verdade, já inseria o link do site deles nessas bios de autor convidado. Era parte do nosso esquema sofisticado de link building, assunto no qual fiquei muito mais craque, por sinal, desde aquela época.

A plataforma onde comecei foi a Squarespace, que pensando bem não foi a melhor das ideias. Na época era simplesmente uma questão de tomar uma ação, qualquer fosse, por isso criei um blog em qualquer lugar e comecei a fazer algumas postagens.

Ainda me lembro que a primeira foi sobre a natureza humana e o crescimento pessoal — passei duas semanas escrevendo. Obviamente, ninguém leu o artigo, até mesmo porque o blogging já não funciona mais assim hoje. Esses primeiros posts tratavam-se apenas de testes para calibrar algumas coisas, começar a cultivar relacionamentos, gerar alguns links aqui e ali — mas eu ainda não sabia que forma as coisas tomariam definitivamente.

Estava, no entanto, muito bem familiarizado com o marketing de afiliados, e comecei a inserir alguns desses links nos meus artigos. E não é que consegui acompanhar, através do Google Search Console, o pequeno sucesso nas impressões que alguns desses primeiros links tiveram? Dava pra ver em tempo real que as coisas estavam acontecendo.

Comecei esse processo tendo em mente uma estratégia voltada para o marketing de afiliados, escrevendo sobre assuntos que eu dominava graças aos empregos que tive, tipo quais os melhores softwares de e-mail marketing ou quais as melhores plataformas de e-commerce e hospedagem de sites. Logo tive que sair da Squarespace porque estava ficando cada vez mais difícil completar tarefas simples de SEO.

Perguntei a um amigo programador se ele poderia me ajudar com um site da WordPress, e pouco tempo depois migrei para lá, oficialmente inaugurando o mesmo blog em seu novo lar, incluindo as publicações antigas, em janeiro de 2019.

Q: Como foram os primeiros seis meses do seu blog com o WordPress?

Nesse início, pude ver a primeira leva de tráfego chegando a conta-gotas — algumas impressões do Google Search Console aqui e ali, um par de visualizações, uma quantia irrisória de visitas e um número de visualizações que se podia mostrar nos dedos. Mesmo assim, lembro que ficava checando o Google Analytics na maior empolgação antes de partir para o trabalho, e comemorava: "Que irado! Tive cinco visitantes hoje de manhã!"

Já era alguma coisa — mais do que zero, pelo menos. Foi aí que me animei a pisar mesmo no acelerador.

Pensei assim: "Ok, já aprendi no mundo das startups que tipo de conteúdo criar e como escalar essas operações. O que preciso agora é de padronizar o processo de criação de conteúdo para conseguir produzir uma quantidade maior em menos tempo, e então voltar meu foco para o link building (como se trata de um ramo altamente competitivo, sabia que precisava trabalhar a autoridade)."

E foi exatamente isso que eu fiz. Mesmo com um emprego que exigia 50 horas semanais de mim, me virei arrumando tempo durante as noites e finais de semana para trabalhar religiosamente no meu blog, e nos primeiros 3 meses não paguei um tostão para outra pessoa me ajudar com uma coisa sequer — estava ralando sozinho. Eu que escrevia todo conteúdo, publicando um monte de artigos de afiliado, material educativo e instrutivo, ao mesmo tempo que gastava a maior parte dos meus esforços com o link building, cuidando de construir laços verdadeiros no espaço do blogging, obter backlinks e tudo mais.

Q: Quando que você chegou a contratar seu primeiro escritor? Poderia explicar também como foi a implementação dessa parte de link building do negócio?

Então, era por volta do terceiro mês quando contratei meu primeiro escritor, e foi a partir daí que pude me dedicar de fato ao link building e ao networking, acelerando também, por outro lado, o ritmo e consequentemente o volume das publicações. Eu ainda publicava, por conta própria, dois ou três artigos por semana.

Minha estratégia de link building não tinha nada de extravagante. Apenas enviava de 5 a 10 mensagens por dia para estabelecer contato. Tudo isso que eu fazia, no entanto — como a elaboração de conteúdo da maneira mais adequada para o Google, a inclusão de links de afiliado em meio ao conteúdo, o link building, o networking, fazer blogging à maneira dos anos 2020 e não como era ensinado em 2010 — tudo foi feito usando as táticas mais atuais que peguei no emprego. Esse conhecimento ajudou bastante, pois a maneira de fazer as coisas mudam muito rápido na internet.

Q: Vamos falar um pouco agora sobre os seus primeiros resultados depois do lançamento do blog.

Com certeza. Não demorou muito para que todo o esforço começasse a render. Aqueles cinco visitantes viraram 10, depois 15, depois 20, até que de repente eram milhares de visitantes todos os meses. Antes que se completassem 7 meses, meu lucro já tinha alcançado o salário do meu emprego de período integral. Eu já havia colocado na minha cabeça que iria me demitir da BigCommerce assim que eu começasse a tirar a partir de US$120 000 por ano do blog. Na verdade eu nem iria esperar um ano inteiro passar — minha promessa para comigo mesmo era que eu largaria o emprego e me jogaria com tudo nessa assim que US$10 000 por mês estivessem entrando na minha conta. E isso acabou se realizando antes do mês 7.

A parte engraçada desse passo de fé foi que o blog não estava de fato rendendo US$10 000 por mês — apenas US$5 000 ou US$6 000 — acontece que, por sei lá que motivo, eu cometi um erro nos cálculos e achei que estava ganhando mais do que realmente estava.

Porém, no próximo mês, logo após ter saído do emprego, ganhei US$22 000. E não foi à toa — agora eu podia investir todo o meu tempo no crescimento do blog. No final das contas, essa gafe de fé acabou dando certo.

Q: Que interessante! E como foi que as coisas se desenvolveram depois que começou a ganhar todo esse dinheiro de forma passiva, digamos, do mês 7 ao mês 12?

Como eu já disse, larguei meu emprego formal no mês 7. Fui até bacana com eles e dei um aviso prévio de 4 semanas. Fiz isso porque aquele emprego tinha sido muito importante para mim e eu não queria deixá-los na mão.

Ainda me lembro do momento em que saí fisicamente caminhando do prédio. Posteriormente, tive que voltar lá dentro e percebi uma certa reação de estresse tomar conta do meu corpo — foi só nesse momento que caiu a ficha de quão mal eu me sentia lá. Depois disso, voltei à minha residência em Austin para embalar a mudança. Como saí do emprego, já não estava mais obrigado a morar lá.

Enviei minhas mudanças de volta para o Michigan, onde minha família vive, e guardei minhas coisas na casa do meu irmão. Então fui dar uma volta no mundo.

Fui à Espanha, Itália, França e Irlanda. Parti também num vôo para o Japão e morei em Quioto por três semanas. Depois fui para a Austrália e me detive por um par de semanas em Sydney, antes de seguir em frente para a Tailândia. Literalmente morei em uns 17 países e 13 alojamentos seguidos da Airbnb no decorrer de 6 meses.

Minha vida agora era outra. Há apenas um ano eu era praticamente escravo daquela rotina de trabalho, e agora ganhava entre US$20 000 e US$30 000 por mês, o que absolutamente me possibilitou viajar à vontade.

Q: Do mês 6 ao mês 12, então, sua renda mensal estourou de pouco menos de US$10 000 para uma faixa entre US$20 000 e US$30 000, acredito que no ano de 2020 — na verdade em fevereiro ou março de 2020. Todos hoje sabemos o que estava prestes a acontecer ao mundo todo. Nos diga como foi essa época para o seu blog.

Bom, voltei para Michigan definitivamente quando finalmente me enjoei de tanto viajar. É difícil aguentar mais de 6 meses viajando solo — dá saudades de casa. Toda a minha família e amigos são de Michigan, por isso resolvi mudar de volta para lá. Lembro que estávamos no inverno quando o COVID explodiu para valer. Foi declarado estado de lockdown sobre a gente e daí fiquei na estagnação total. Na época apenas me conformei com a nova realidade e continuei trabalhando no blog.

Mesmo não podendo sair de casa foi muito interessante observar os acontecimentos no ramo do software após a chegada do COVID. Volumes de pesquisa por coisas tipo webinários pelo Zoom, vídeoconferência, e outras coisas sobre as quais eu escrevia constantemente, estavam em alta.

Me lembro de uma publicação minha sobre o melhor software para webinários, a qual antes trazia US$2 000 por mês, que passou a gerar US$25 000 de tanto as pessoas pesquisarem por esse tipo de coisa. Essa foi a magnitude do inchaço só no desempenho desse artigo.

Um outro artigo que fez sucesso discorria sobre hospedagem de podcast. Esse chegou a arrecadar US$8 000 por mês — isso com muito pouco trabalho, pois ralei bastante no começo para chegar a esse nível.

A essa altura, minha preocupação era acrescentar links de afiliados às minhas publicações sobre software, expandindo assim essa fonte de renda enquanto trabalhava em casa durante acrise. O blog chegava a ocupar no máximo 10 horas semanais do meu tempo.

Incrivelmente, então, devido ao próprio lockdown e minha decisão feliz de escrever artigos relacionados a software bem antes desses acontecimentos, o meu blog acabou rendendo US$800 000 no ano de 2020, enquanto em todo o ano anterior, 2019, rendeu US$200 000.

Q: Resumindo, você ganhou rios de dinheiro com o blog, mesmo no auge da pandemia em 2020. O que te levou, então, a se instalar no YouTube e começar a ensinar sobre blogging?

Eu lembro que estava tirando US$80 000 por mês sem fazer muita coisa — só no piloto automático — então bateu aquela saudade pelo gostinho do desafio. Houve um período de três meses em 2020 em que o tédio chegou de maneira especialmente intensa, ainda mais com o agravante do lockdown, além de ter chegado num ponto onde novos avanços não aconteciam no mesmo ritmo acelerado que antes. O problema não era só o tédio — era também a preocupação de que se eu não estivesse em movimento, só me restaria ficar para trás — se eu não procurasse uma nova atividade onde havia mais espaço para subir, só me restaria descer. Acontece que eu dominava o negócio na área do SEO e marketing de afiliados — justamente onde eu estava ficando acomodado — e não entendia de outras formas de monetização, como a parte da educação, para onde acabei indo.

Foi bom que eu só tive que seguir um desejo que carreguei comigo esse tempo todo — o de passar conhecimento para as pessoas. Dei o primeiro passo óbvio de criar um canal no YouTube, e daí comecei a gravar vídeos revisando relatórios de receita do meu blog e explicando como consegui ganhar US$10 000 em um único mês. Também comecei a prestar um pouco de consultoria.

Eu sabia que dar início à parte dos cursos teria que ser a próxima etapa, mas vi que precisava de ajuda. Já havia construído uma lista de e-mails que alcançava entre 40 000 e 50 000 pessoas, e até ranqueava no YouTube para alguns termos de busca, mas ainda estava sem um produto para vender.

Foi aí que conheci meu sócio Colin, e ao longo dos próximos 7 meses trabalharíamos na elaboração de um programa de treinamento para blogging. Logo criamos um grupo de beta testers para aprovar nosso conteúdo e começamos a filmar.

Até sair um só vídeo de 10 minutos era igual tirar leite de pedra, mas enquanto a gente estava lá penando, as outras coisas continuavam progredindo e o blog não parava de crescer. Os motores seguiam roncando no fundo: o tráfego aumentava, as comissões aumentavam, tudo só fazia subir.

Q: E quando foi que você lançou o seu curso de blogging, e quais os resultados você obteve?

Lançamos o curso em junho de 2021, que foi um mês marcante para mim. Nesse mesmo mês, o curso arrecadou mais de US$250 000 e eu também me casei e me mudei para a Flórida.

Foram várias mudanças importantes na minha vida só nesse espaço de tempo. Foi nesse período também que finalmente entendi o verdadeiro potencial da marca pessoal e do blogging como um negócio — depois de tanto tempo encalhado naquele mesmo esquema de marketing de afiliados e SEO, abri caminho pelo ramo dos cursos online e presenciei o que era de fato possível fazer.

Q: Como você tem dado conta de cuidar tanto de escalar seu blog como treinar novos alunos?

Tenho sim conseguido não faltar com nenhum desses lados — na realidade os dois até mesmo se complementam — após descobrir e implementar as técnicas que me permitem construir e escalar meu blog com sucesso, incorporo as mesmas ao curso. Essa tem sido a maneira que as coisas vêm evoluindo desde junho de 2021 até agora. Ao término de 2021, somando o blog e o curso, tivemos um lucro de aproximadamente US$1 500 000. A parte mais louca é que aquele mesmo blog que iniciei lá atrás de forma bem humilde continua sendo a parte central de todo esse negócio.

Agora, para 2022, colocamos os US$4 000 000 na nossa mira — praticamente o dobro do ano passado, que por sua vez já era o dobro do ano anterior. Tudo isso com um modelo de negócios que se resume, essencialmente, em testar coisas na prática, aprender com os acertos, aprender com os erros e com a perda de dinheiro, e depois ensinar bem mastigado tudo que dá certo.

Q: Você levou o seu blog do 0 aos 7 dígitos em 3 anos, e agora já está antecipando ganhos de US$4 000 000 em 2022. Deve no mínimo ter tropeçado num par de maneiras inusitadas de monetizar um blog. Poderia compartilhá-las conosco?

Se tem uma coisa importante que aprendi sobre monetização ao longo dessa trajetória, é que é preciso ter gula por fontes de renda. Sempre caçamos e descobrimos maneiras criativas de ganhar dinheiro com negócios baseado em conteúdo. Não se pode ficar só naquela renda de afiliado — a gente precisa tapar todas as fendas por onde o dinheiro alheio possa escorregar sem ter a chance de ser colhido. Isso inclui: patrocínios, modelos de CPC, compra de mídia, venda de cursos — sem falar dos ajustes possíveis na configuração dos funis de e-mail marketing, pop-ups, e outras estratégias para tais vendas. O importante é estar aberto a aprender coisas novas ao longo do caminho.

Q: Nota-se que você virou um dos grandes YouTubers nesse espaço do blogging. Qual é a importância do seu crescimento no YouTube para o seu negócio?

Se eu te mostrasse minha agenda para 2022, daria para ver que estou alocando a maior parte do meu tempo para o YouTube no momento.

O negócio é que o blog já está encaminhado. Agora que estamos escalando nossas operações, a única coisa que precisamos fazer, em termos do blog, para transformar uma equipe que faz sete dígitos numa que faz oito, é posicionar as pessoas certas no lugar certo, aprimorar processos e organizar sistemas. Fora isso, já contratamos quem deveríamos contratar, já treinamos, e a gestão do conteúdo em si vai muito bem.

Por isso estou me concentrando quase exclusivamente no YouTube, ajudando a gerar tráfego para o curso e para as sessões de coaching, além de expor continuamente o meu rosto, o que também é crucial. Tenho visto que não há muita gente por lá que ensina como construir uma audiência através de vários meios simultaneamente, como YouTube e blogging. E olha que a construção de um negócio híbrido assim, em torno da própria pessoa como marca, pode tornar qualquer um praticamente invencível.

É isso — se atingirmos os US$4 000 000 até o final do ano é "rumo aos US$10 000 000", dentro dos próximos 2 a 3 anos.

Q: Isso quer dizer que suas metas têm mudado com todo esse progresso para acomodar patamares ainda maiores?

Às vezes faço uma retrospectiva e percebo o quanto meus objetivos mudaram no decorrer do tempo. Me lembro que a princípio só queria ganhar US$500 por mês com o meu blog. Depois foquei nos US$5 000, e depois disso já passei para os US$10 000, só para poder largar o emprego. Depois o olho cresceu nos US$50 000, US$100 000, e hoje US$200 000 - US$250 000 por mês já não me satisfazem mais, e já quero chegar logo nos US$800 000.

As dimensões da visão e da missão vão se alterando conforme o desafio e a oportunidade de crescimento pessoal que oferecem. Por exemplo, sair de 0 a US$50 000 por mês representa uma transformação enorme em todos os aspectos do seu ser — é meio que como atravessar um abismo — enquanto a mesma quantia de aumento de US$250 000 a US$300 000 é muito pouca coisa. O verdadeiro valor que tudo isso traz é a pessoa na qual você se transforma durante a jornada. Então cada passo dado, por mínimo que pareça posteriormente em vista do seu sucesso, exigiu de você uma transformação íntima, que é o que realmente vale a pena e o que ninguém pode tirar de você.

Q: Pelo menos o objetivo de se tornar um blogueiro de sucesso parece que você já alcançou. O que te estimula agora a comtinuar dando o seu suor por coisas maiores?

A mentalidade mais importante a se ter é a de não pensar na linha de chegada. Quando você se propõe uma meta e atinge ela, se sente bem por dentro — se sente realizado — mas isso dura pouco. Acredito que a gente deve reagir da mesma forma tanto em face de grandes momentos assim quanto aos piores: seja sinceramente grato pelo que você tem, e bola para frente.

Eu, por exemplo, não preciso de me preocupar mais em trabalhar, que é algo absurdamente incrível, e o dinheiro é bom, mas não vejo linha de chegada. A luta também é parte essencial da nossa felicidade.

Fui muito sortudo de conseguir sugar muito rápido o conhecimento dos meus gurus antigos — numa questão de 2 ou 3 anos — e chegar ao sucesso mais rápido do que chegaram, e depois até mesmo ultrapassá-los. Nem eu próprio sabia que isso poderia acontecer comigo, mas agora que aconteceu, é tudo parte da emoção da viagem. E vai continuar sendo emocionante aprender e ensinar ao longo dessa grande aventura.

Conclusão

Chegamos ao fim dessa entrevista interessantíssima com o Adam Enfroy, onde acompanhamos toda a sua jornada desde o zero até a sua ascensão como blogueiro milionário, aprendendo as mesmas lições que ele aprendeu no caminho, e acredito que a entrevista fala bem alto por si mesma. Se deu vontade de saber mais sobre o mundo do Adam, é só dar uma olhada em seu canal do YouTube aqui, onde ele entrega conteúdo de valor sobre blogging constantemente.

O que acha do artigo?