23 dezembro 2022 0 428

Como Faturar US $1 400 000 em Menos de Três Anos Vendendo Modelos no Canva

Qual designer gráfico não ficaria salivando frente à oportunidade de converter suas habilidades e conhecimentos em fonte estável de renda passiva? Bom, são muitas as plataformas de design gráfico colocando justamente tal banquete à mesa, inclusive o Canva, uma das mais utilizadas no mundo — é a chance de viver bem fazendo o que você gosta.

A maioria das pessoas que usam o Canva tratam-no como uma simples ferramenta online onde se arrasta e solta para suprir suas redes sociais, apresentações, posters, documentos e outras formas de conteúdo com peças visuais. Afinal, o uso de modelos, tanto gratuitos como pagos, descomplica demais a vida.

O que às vezes passa batido é que esses modelos são criados por designers gráficos que fazem o upload do material e os disponibilizam na plataforma, seja de graça ou a uma pequena taxa por cada usuário que o utiliza. Tais designers gráficos trabalhando nos bastidores do Canva estão silenciosamente ganhando centenas de milhares — até milhões de dólares —  de maneira passiva.

Para terem uma ideia de como isso pode ser feito, separamos para vocês um estudo de caso sobre a Katya Varbanova, designer gráfico e fundadora da Viral Content Templates. Ela ganha mais de US$750 000 por ano criando e vendendo modelos do Canva, trabalhando apenas 10 horas por semana para manter sua renda.

"Identifiquei uma oportunidade de criar modelos do Canva baseados nesse estilo que viraliza no Instagram, e que meus clientes pudessem personalizar", diz Katya.

Katya Varbanova

Sua História

De acordo com seu próprio relato à Business Insider, Katya Varbanova percorreu uma trajetória que a levou desde um emprego no banco ao trabalho cansativo, porém autônomo, como consultora e coach para redes sociais, e depois finalmente para onde está hoje: vendendo suas obras gráficas focadas em conteúdo viral para o Canva.

Tendo acabado de se formar na Liverpool Law School em julho de 2013, Katya recebeu uma oferta de emprego no ramo bancário, firmando um contrato que previa dois anos de trabalho com o Banco Santander no Reino Unido. Em julho de 2015, começou a assistir transmissões do Periscope ao vivo, e pegou tanto gosto pela coisa que logo transmitia seus próprios vídeos.

O finado Periscope, afinal, era um aplicativo feito somente para isso — o equivalente do recurso hoje que permite fazer uma live em qualquer rede social que seja.

Com a transmissão ao vivo de seu dia-a-dia, não demorou muito até que Katya angariasse um público de 1 300 telespectadores assíduos — foram só 3 semanas. Tendo essa conquista para exibir, criou um grupo do Facebook para streamers do Periscope no início de agosto de 2015. A intenção era que todos mutuamente se ajudassem a construir uma base de seguidores.

Katya conta que decidiu, mais para frente, começar a cobrar pelo acesso ao seu grupo:

"Alguém sugeriu que eu monetizasse toda a riqueza de informações e dicas que se encontrava em nossa comunidade. Por isso, ao final de agosto de 2015, lancei meu primeiro plano de assinatura, a princípio com a promoção de US$15 por mês para as primeiras 20 pessoas, depois US$25 por mês para as próximas 20, e então uma única taxa padrão de US$35 mensais.

Membros ganhavam acesso a capacitação exclusiva, chamadas colaborativas e eventos diários onde todos tinham a oportunidade de ajudar e receber ajuda no tocante à gestão de seu público. Ganhavam também acesso a um grupo privado do Facebook."

Em pouco tempo, ficou cansativo para a Katya bater ponto no banco e simultaneamente gerenciar suas assinaturas, e por isso registrou sua fonte de renda extra como empresa em setembro de 2015, tendo sua fuga já em mente.

Ela afirma que estava penando, mesmo com os 60 assinantes da época, para equilibrar o emprego e o trampo por fora.

Largando o Emprego para Focar no Negócio Online

Antes que chegasse outubro do mesmo ano, ao ver que sua renda extra tinha ficado em pé de igualdade com o salário de US$26 000 por ano no Santander, Katya resolveu se despedir do emprego fixo e apostar todas as fichas no novo negócio.

Assim, ela conseguiu expandir sua oferta de coaching e consultoria para incluir mais redes sociais, aproveitando ao máximo toda a experiência adquirida trabalhando no ramo de vendas no Santander, além dos conhecimentos absorvidos ainda na faculdade quando foi gerente de campanha numa agência de marketing.

No decorrer dos próximos 4 anos, ou seja, de 2015 a 2019, Katya cultivou um público de mais de 100 000 empreendedores atentos a cada palavra sua sobre marketing e redes sociais. Ela não deixou de explorar toda maneira de ajudá-los, oferecendo coaching, consultoria, workshops, livros gratuitos, vídeos e produtos digitais de informação.

Eis que novamente Katya se viu desgastada com todo o trabalho de coaching e distribuição de materiais gratuitos, e queria encontrar uma forma de expandir seus negócios trabalhando menos. Na reta final do ano 2019, decidiu finalmente abrir mão do coaching e dos materiais gratuitos para se dedicar à criação e comercialização de recursos digitais de autoaprendizagem.

Começou vendendo um livro com ideias de conteúdo e um guia em PDF sobre como fazer lives que prendem a atenção — mas ainda não se dava por satisfeita.

Estreando no Canva

Em 2019, Katya percebia que o tipo de conteúdo que fazia sucesso no Instagram já não era mais o mesmo que antigamente. O que viralizava agora eram infográficos de verdadeiro valor educacional, carrosséis e Reels, e seus clientes apanhavam na tentativa de se adaptarem. Simplesmente não estavam na posse do know how em marketing e da capacitação em design necessárias para compor tais peças.

Katya já vinha usando o Canva desde 2017 na elaboração de material para o seu próprio negócio nas redes sociais — dava ali todo o seu suor e amava cada minuto de trabalho.

Por isso, não pensou duas vezes antes de recorrer à mesma plataforma para socorrer os seus clientes e ao mesmo tempo faturar mais um dinheirinho, vendendo-lhes material visual facilmente personalizável que seguia as tendências mais virais do Instagram.

"Se fosse para alterar o rumo do meu negócio e canalizar tempo e recursos à produção desses modelos, teria que saber primeiro se havia demanda no mercado. Tomei a decisão, então, de realizar uma venda antecipada para sondar o interesse e ao mesmo tempo garantir algum retorno."

Antes de criar quaisquer modelos, Katya fez uma enquete entre os seus seguidores: vocês pagariam por um pacote de 100 modelos que irão viralizar seu conteúdo comercial? Dentro de um dia, 100 pessoas responderam que sim.

Esse era o sinal verde que ela precisava para prosseguir com a venda antecipada. Tudo foi feito com uma simples página de checkout onde todos eram livres para fazer seu pedido antecipado. Passando-se um único dia, já haviam 100 pedidos. Mais alguns dias do lançamento da pré-venda em dezembro de 2019, e havia conseguido vender 255 pacotes de modelos do Canva por um total de US$7 647.

Mais uma semana, então, e o lucro estava a US$23 362 com 779 vendas, até que a terceira semana trouxe consigo o marco de 1 300 vendas realizadas, tudo de maneira orgânica a partir de seus seguidores.

Escalando o Negócio

De todo o lucro dessa operação, Katya conta que tirou US$1 000 para comprar anúncios do Facebook, que por sua vez lhe renderam mais US$6 000 em vendas. A verdadeira demanda se revelou maior do que ela jamais poderia ter imaginado. Daí surgiu a ideia de criar a empresa Viral Content Templates e nasceu também o primeiro pacote de modelos: 100 Viral Content Templates.

Antes de botar a mão na massa, ela pesquisou entre os seus clientes da venda antecipada o que buscavam em tais modelos. Estudou também quais tipos de modelo já existiam no mercado e quais davam os melhores resultados, tanto em suas próprias contas quanto nas de outras pessoas.

Agora sim, arregaçou as mangas ao lado de Jamie, seu noivo, e os dois juntos criaram a primeira versão do site Viral Content Templates e passaram algumas semanas preparando os modelos no Canva. Finalmente, no dia 23 de dezembro de 2019, lançaram seu primeiro pacote entre os clientes que já haviam comprado antecipadamente.

Alguns deles gostaram tanto do pacote que pediram para se tornar afiliados, e em pouco tempo estavam compartilhando os modelos com amigos e seguidores em troca de uma pequena comissão sobre cada venda efetuada através de seu link de afiliado.

Katya agora tinha mais dinheiro ainda para investir na publicidade, e entre dezembro de 2019 e abril de 2020 seu negócio lucrou US$105 013, sendo que US$36 502 foram gastos com anúncios nesse período. Tirando as comissões dos afiliados, seu lucro líquido foi de US$52 619 nos primeiros cinco meses.

Viral Content Templates — Subindo de Nível

A essa altura, Katya começou a receber muitos depoimentos de sucesso dos seus clientes, e as pessoas pediam por cada vez mais modelos. Foi aí que ela criou o Viral Content Club, com planos de assinatura a partir de US$57 mensais ou US$499 por ano.

A ideia era dar acesso a ferramentas e modelos com os quais assinantes poderiam criar conteúdo de mídias sociais suficiente para 30 dias, gastando apenas uma ou duas horas do seu tempo por mês para dar uma revitalizada na presença online.

O número de assinantes inflou para 1 500 dentro de 13 meses, e o clube já faturou um total de US$688 957 desde sua fundação.

Já a parte da venda de modelos prontos já arrecadou US$1 400 000 desde seu lançamento em dezembro de 2019, e não para de crescer.

As longas jornadas de trabalho, que tanto deixavam Katya exausta, foram minguando ao longo desses dois anos, e agora em 2022 ela só trabalha 10 horas por semana.

"A maior parte do meu horário de trabalho é gasto com material de marketing. Esses dias trabalhei apenas por volta de uma hora e ainda fiz 23 vendas de modelos, ganhando um total de US$2 444 — tudo só com engajamento nas redes sociais." — diz Katya.

Atualmente, ela conta com mais de 13 000 clientes, sendo que mais de 1 000 afiliados compartilham seus modelos e planos de assinatura para atrair mais gente. A empresa é unicamente dela e trabalha com uma equipe enxuta, que inclui: Jamie, seu noivo, que é gerente de operações, um designer freela que cuida dos materiais gráficos do visual da marca e dos modelos, um gerente de finanças e um par de freelancers adicionais para qualquer bico que surgir. Não há funcionários que trabalham em período integral.

Katya e Jamie, seu noivo

Katya confirma que os modelos não perderam sua posição como carro chefe do negócio, porém já expandiram além disso. Agora oferecem cursos, workshops, capacitação e consultoria.

"Sempre serei grata por ter encontrado o Canva. Afinal, é por causa dele que consegui montar um negócio que rende US$750 000 por ano," conclui Katya.

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